Palavras

As palavras perfeitas não existem.

Esta é a conclusão a que chego depois de tanto escrever nas páginas de papel. Existem palavras certas, palavras que nos momentos igualmente certos, tem um valor natural. Mas na maioria das vezes, não conseguem expressar na sua totalidade a grandeza dos sentimentos, pois há gestos que valem muito mais que certas palavras.

É incrível como nos ressentimos quando não dizemos aquilo que realmente sentimos, mas, por vezes, o som fica preso dentro de mim. Certo ou errado, a verdade é que devemos ponderar cada palavra quando lidamos com incertezas próprias ou mesmo com as incertezas alheias.

Tudo o que eu queria, passou demasiadamente rápido, mas desta vez, eu continuo preso à terra, e não voo na brisa da ilusão.

Sinto o medo na ausência, mas parece-me que ele desaparece quando na presença. Pode parecer um pouco complexo o sentido desta frase, mas a palavra “abraço” conjuga a solução da ausência.

É bom falar com pessoas que certamente são imparciais relativamente ao caminho que percorremos, às opções que tomamos, pois apenas essas pessoas nos conseguem falar com a razão suficiente que nos falta, sem defender posições alheias.

É bom saber que há pessoas, que parecem desaparecer, mas que na verdade, nunca disseram adeus.

É bom saber que as palavras existem na medida exacta.

E eis que começa a busca por um sinal de fogo.

Ao som de

Mafalda Veiga – Imortais